sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Erratas e erratas


A gente se embrenha em erros, que são injustificáveis e o são ainda mais quando envolvem a outrem e seus sentimentos. É que às vezes tomamos o coração de alguém na palma da mão, e, na ânsia de preservá-lo, apertamo-no sem saber que estamos na verdade fazendo-o sangrar. (VINICIUS OLIVEIRA)
Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

(Vinícius de Moraes)
 








quarta-feira, 28 de julho de 2010

JUNAME 2010

Descrição sob a ótica de um líder de teatro

Terça feira, dia 20, saímos RJ, às 16 e 20 embora tenhamos marcado 13h na rodoviária. Esse atraso fez com que chegássemos às 13h em Brasília, do dia 21. O que impossbilitou um ensaio na chegada. O meu anseio era ensaiar e , como todo o líder da jumemi, sou tarado por ensaios. A preocupação permeava minha mente: Elenco, material de maquiagem, lugar de ensaio, liderança do evento que é capaz de ajudar e atrapalhar o grupo, plenárias incessantes.

Depois do primeiro culto pedi pra que a Mari, da confederação, chamasse toda a JUMEMI, para que seus lideres tivessem suas respectivas palavras, e eu com o grupo de malabares e as pessoas da 1ª que participariam. O elenco era oscilante.

Pronto, localizei um lugar para ensaios. A voltagem do local era 220, e minhas caixas de som são 110. Contando só com o som do notebook, ensaiamos Quem se importa na quarta.
Depois de umas 3 passadas, a peça estava pronta . A noite, resolvi maquiar a galera dessa esquete. E logo depois fomos ministrar a peça, que ao meu ver ficou incrível. Isso na quarta feira.


Eu tinha combinado com o Luiz Fernando que os ensaios de Set me Free se dariam na sexta e no sábado, já que a ministração de malabares aconteceria na quinta. Priorizariamos assim, a ministração de circo. Eu participei nessa, que por sinal, ainda não criaram uma palavra pra descrevê-la.

Sexta feira, e agora nos concentraríamos totalmente em Set me Free, já que o grupo de malabares havia se apresentado. Marquei o ensaio 6 e meia. O frio eminente que ressecava os lábios, não impediu que a galera já estivesse lá esperando, antes mesmo do líder chegar.
O ensaio foi cansativo. Vi progresso, mas só da estrutura. Ainda estavam com movimento de funk (mexendo bracinho) e cara de nada, ao invés de movimento de Set me Free e expressão facial de demos.


Estava pensando em marcar o ensaio de sábado mais tarde um pouco, tipo as 7 e meia . Mas vi que a galera estava super disposta no ensaio de sexta (peguei bem pesado e fui muito rígido). O ensaio de sábado manteve-se às 6 e 30. Todos estavam no local marcado ás 6 e 30 da madrugada.

Hoje nosso ensaio é no local da ministração, pra podermos trabalhar com a estrutura do local .

Coloquei uma música e comecei a falar da necessidade de ministrar e não de apresentar, mudança de vida através do teatro, da diferença do tablado pro altar , etc. Muitos choraram inclusive eu. Nunca havia dado um alongamento com o choro ainda preso na garganta.
Gastamos algum tempo nessa parte da oração e alongamento .. uns 40 min, mas fundamentais.
Então, começou-se o ensaio. Eu desafiei a galera a passar tudo direto. E foram bem. Na segunda passada, Set me Free já estava em ponto de ministração. Mas ainda precisavam melhorar, então comecei a passar especificidades da peça;


Trabalhei ainda movimentação corporal, rapidez na montagem das camas e papel dos 3 demos com Jesus na crucificação, dizendo que o movimento do corpo era mais importante do que aquilo que estavam fazendo propriamente.

A tensão começou, quando um dos ministérios de louvor, começou a pleitear o palco durante o ensaio, e o estopim da tensão aconteceu quando o cara contratado do som, queria montar a aparelhagem.

Pedi pra que o lider do louvor nos desse mais 10 minutos depois da montagem da aparelhagem, embora eu tivesse pedido o templo há muito tempo, pra direção do evento. Mas estava tranquilo, já tínhamos passados 2x a peça ali. 40min depois, vi que hainda não haviam montado o som. Levei a galera pra um outro lugar pra começar a limpeza da peça.

O cordão de um do Gabrielzinho tinha sumido. Isso tinha deixado o grupo meio abalado e essa lacuna de mais de meia hora foi desgastante.

Tudo bem. Limpei a peça toda, e pilhei a galera.. pra movimentação corporal e não de braços, rapidez no deslocamento e pra que não andassem de joelhos. Terminamos esse ensaio 8 e 45. No cronograma, o café ia até 9h, mas 8 e meia haviam retirado tudo. Como a cozinha foi contratada, não abriram exceções pro liderzinho de teatro. Entao fui até a Mary da confederação, que fez com que liberassem café pro grupo, depois que todos os demais estivessem dentro do templo. Esperamos um bom tempo. A Mari esteve sempre ao meu lado, atendendo grande parte dos meus pedidos pro teatro ... e atendendo tudo o que necessitávamos sem sair de perto. A JUMEMI apaixonou a confederação.

Marquei 19 e 20 pra começarmos a maquiagem de algodão. Mas percebemos que não daria tempo, então remarquei pra 17h . Ficamos então de 17 até 20 e 30, dentro de uma sala maquiando. A galera que era da delegação chegou ás 7 e meia ... Não teriam mais ensaios.

Sério: eu nunca vi uma maquiagem como aquela.

Jantamos ali mesmo, levando comida pra cada um. Fui resolver questões de som e luz, com os técnicos, e horário da ministraçao com a direção. Quando dei falta da roupa de Jesus que havia sumido. Depois de algum tempo, achei a roupa na sala de intercessão, pra meu alívio.
O culto já tinha começado há bastante tempo, mas ministraríamos no meio da mensagem da bispa Marisa. Coloquei a galera em fila e levei-os para a sala de intercessão que ficava anexa ao auditório. Ali permaneceram até a chamada pra que as pessoas não vissem a maquiagem.


Luiz Alceu parecia até uma criança animada com a peça. O Pr Djalma e Welt estavam super animados e davam-me palavras de apoio a todo o momento. Todos dentro da sala eram ministrados pelos pastores e intercessores.

Overdose de concentração.

Ao entrar, a galera vibrou com a fila de 30 pessoas entrando no escuro total. Muitos correram pra ver mais de perto.
A movimentação deles era ótima, estavam completamente pilhados. Foi incrível. Não vi erros comprometedores. Mas no momento final o Israel se machucou, mas manteve-se na peça até o fim.


Após a oração de desligamento, todos estavam liberados do silêncio que eu havia imposto. Mas esse silêncio era quase inevitável: não tinha assunto pra que falassem.
Tudo o que eu penso ser JUMEMI aconteceu na Juname: a Intensidade, o inédito, o incrível, o esforço máximo quase sobre humano.


Quer mais esforço que ficar de 17h até 21h, com uma maquiagem que tampava um dos olhos, e que atrapalhava até mesmo mover o rosto?

TEATRO com a gente é isso: Fazer Set me Free no escuro e com um olho só.

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Veja os vídeos:

Quem se Importa?

www.youtube.com/watch?v=kdWnTHgiBTg

Malabares - Tribos:


www.youtube.com/watch?v=jL5NA-hrdbc

Set me Free -


www.youtube.com/watch?v=RAPD4zA8q2U

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Deus é o caminho mais óbvio para a maturidade


É incrível percebermos quão eficaz é o tratamento de Deus para conosco. Essa eficácia não é restrita à vida espiritual (e eu posso afirmar que a área espiritual é um reflexo das outras), mas nos conduz à maturidade geral. Honrar os pais, os mais velhos, quem nos instrui. Sermos simples como pombas e prudentes como serpentes. Deus exige de nós disciplina e concentração, bem como subjugar coisas em nossas vidas, como o dinheiro por exemplo. Ele nos leva a sermos quem somos de fato, ao autocontrole, sem vulnerabilidade e a conquistarmos as coisas, etc.

Enfim, somos conduzidos e forjados tornando-nos, inevitavelmente, maduros. Ressalto: Quem se deixa conduzir, forjar. O mais relevante dessa relação de amadurecimento, é que Deus não permite que pulemos etapas. Cada degrau é fundamental para o crescimento genuíno e os erros são (não necessariamente) ferramentas didáticas – DIDATICALÓS, do grego: professor. Quando com o incorreto, estamos amadurecendo de fato, mas é inegável que os erros são perda de tempo.


Posso hoje nivelar-me àquele que nunca cometeu meus erros, mas não tive amnésia. O crescimento sem erros não nos deixa cicatrizes.


-- Eu nunca cometi erros como esse, mas sou prova viva de que é possível perseverar, vencer o erro antes dele formado, resistir.


Por causa de pessoas assim sou convicto que o incorreto não é inevitável, que o propósito de Deus é conduzir-nos à maturidade e que é incrível aprender acertando e subindo um degrau por vez.
Ressalto: Os erros não são parte da escada.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Motivações

De fato, quando nossa motivação é errada tudo acontece de forma semelhante. Nosso namoro não pode se basear em si próprio. Nossa motivação em prosperar não pode nos prender às coisas daqui e ganhar vidas não pode ser para encher igrejas. Precisamos pensar em casamento, numa vida estável para esperar com largueza a volta de Jesus, expandindo o reino com nossa profissão e ganhar vidas, porque não podemos deixá-las ir para o inferno.

Não sou orgulhoso em deixar de basear minha motivação nos outros, mas o episódio em que os discípulos dormem enquanto Jesus vai orar, em momentos que antecedem o cumprimento de seu propósito, traduz fielmente a ausência de cumplicidade e a necessidade de estarmos convictos em nós mesmos daquilo que precisamos fazer.

Jamais podemos desejar estar mais com nossas(os) namoradas(os) que com Deus. Separar tempo de qualidade para nossos amigos e falar com Deus antes do almoço e antes de dormir.
Quando Zaqueu sobe na árvore para ver Jesus passar, tenho certeza que já estava entregando áreas da sua vida para o mover do Espírito. Mas quando Zaqueu se deixa mexer na área financeira, coloca-se no centro da roda do oleiro e experimenta a plenitude da vontade de Deus.

E Deus nos chama para a plenitude.

Deixar-se moldar


Preciso ser diferente. Que monótono é ser como todos os outros ou seguir a diferença que querem que eu siga. Quando não estamos em Deus e nos sentimos diferentes dos outros, podemos de fato ser. Mas essa diferença é idealizada, previsível. A diferença na essência é inédita e Deus é capaz de conduzir-nos ao inédito.


Preciso ser moldado. A ciência comprova que tudo que é deixado à própria sorte tende à ruína. Em Jeremias 18, o profeta desce à olaria e vê um oleiro em pleno exercício. Ali vejo que é Deus que molda quem se deixa moldar. O que acontece na maioria das vezes, é que quando nos entregamos para sermos moldados não o fazemos em plenitude. O torno do oleiro tem uma roda e se o vaso não estiver em plenitude no centro da roda, suas rotações serão imprecisas e o trabalho do oleiro, ineficaz.

Preciso estar no centro da vontade de Deus: no centro da roda para ser moldado com eficácia. Se não sairmos da periferia da vontade de Deus, jamais experimentaremos a plenitude da vontade Dele pra nossas vidas.

Preciso me basear num caminhar individual, porque só eu e Deus sabemos a profundidade da minha necessidade e do seu propósito. Por mais que sejamos estimulados por nossos amigos (e é incrível que o sejamos), não podemos basear nossa vida espiritual (tampouco qualquer outra área da vida) neles, bem como as mudanças que precisam acontecer.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Elas duas

O Texto poético não é um texto qualquer. Um texto qualquer é simplista e demasiadamente direto se comparado àquela poesia que te lembra alguém. Essa é uma das intenções da poética: alguém . Demonstrar, descrever, lembrar ou fazer lembrar alguém.

O texto acadêmico, dissertativo, argumentativo, expositivo... têm claras finalidades. A poética também, mas tem sentido e duplo sentido, intenção primeira e segunda intenção. Finalidade e dualidade. Liberdade e compromisso. Ética? Nenhuma.

Prefiro as antiteticamentes paradoxais. Que falam do incrível contido no comum. Do eterno enquanto durar de Vinícius, e do tão certo que, decidido, hesito no entra e sai de um minuto de Drummond de Andrade . Contudo, a poesia precisa ser de fácil leitura mas de não tão fácil interpretação.

Como uma mulher. De fácil leitura, se descreve rapidamente. Mas de difícil interpretação, de primeira não dá pra sabê-la. Quando você pensa que leu-a toda, se dá conta que leu-a de fato, mas nada entendeu. Olhe de novo . Olhar não, ler. Vamos lá! Do começo.
E pra quê constância? A única constância que espero é que os versos se encaixem com a rima. Seja ela pobre, rica ou rara. De mesma classe gramatical, de classes diferentes ou de pré-tônicas ou pós-tônicas semelhantes.

Constância? Se garanta em conquistá-la todo o dia. E quando isso falhar, acredite na constância.
Vamos lá, do começo. O que será de um homem se não colocar sua poética e sua amada num pedestal? Nem que todos os retornos deste microfone estejam pra ele, ou melhor, a maioria dos retornos ao menos.

Ao fim, se importe em se importar-se com elas: Com a sua poética e a sua amada.
Eu me importo mais com a última.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Mais-Que-Perfeito

Ah, quem me dera ir-me
Contigo agora
Para um horizonte firme
(Comum, embora…)
Ah, quem me dera ir-me!

Ah, quem me dera amar-te
Sem mais ciúmes
De alguém em algum lugar
Que não presumes…
Ah, quem me dera amar-te!

Ah, quem me dera ver-te
Sempre a meu lado
Sem precisar dizer-te
Jamais: cuidado…
Ah, quem me dera ver-te!

Ah, quem me dera ter-te
Como um lugar
Plantado num chão verde
Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te…


Vinícius de Moraes