quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Elas duas

O Texto poético não é um texto qualquer. Um texto qualquer é simplista e demasiadamente direto se comparado àquela poesia que te lembra alguém. Essa é uma das intenções da poética: alguém . Demonstrar, descrever, lembrar ou fazer lembrar alguém.

O texto acadêmico, dissertativo, argumentativo, expositivo... têm claras finalidades. A poética também, mas tem sentido e duplo sentido, intenção primeira e segunda intenção. Finalidade e dualidade. Liberdade e compromisso. Ética? Nenhuma.

Prefiro as antiteticamentes paradoxais. Que falam do incrível contido no comum. Do eterno enquanto durar de Vinícius, e do tão certo que, decidido, hesito no entra e sai de um minuto de Drummond de Andrade . Contudo, a poesia precisa ser de fácil leitura mas de não tão fácil interpretação.

Como uma mulher. De fácil leitura, se descreve rapidamente. Mas de difícil interpretação, de primeira não dá pra sabê-la. Quando você pensa que leu-a toda, se dá conta que leu-a de fato, mas nada entendeu. Olhe de novo . Olhar não, ler. Vamos lá! Do começo.
E pra quê constância? A única constância que espero é que os versos se encaixem com a rima. Seja ela pobre, rica ou rara. De mesma classe gramatical, de classes diferentes ou de pré-tônicas ou pós-tônicas semelhantes.

Constância? Se garanta em conquistá-la todo o dia. E quando isso falhar, acredite na constância.
Vamos lá, do começo. O que será de um homem se não colocar sua poética e sua amada num pedestal? Nem que todos os retornos deste microfone estejam pra ele, ou melhor, a maioria dos retornos ao menos.

Ao fim, se importe em se importar-se com elas: Com a sua poética e a sua amada.
Eu me importo mais com a última.

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