quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Deus é o caminho mais óbvio para a maturidade


É incrível percebermos quão eficaz é o tratamento de Deus para conosco. Essa eficácia não é restrita à vida espiritual (e eu posso afirmar que a área espiritual é um reflexo das outras), mas nos conduz à maturidade geral. Honrar os pais, os mais velhos, quem nos instrui. Sermos simples como pombas e prudentes como serpentes. Deus exige de nós disciplina e concentração, bem como subjugar coisas em nossas vidas, como o dinheiro por exemplo. Ele nos leva a sermos quem somos de fato, ao autocontrole, sem vulnerabilidade e a conquistarmos as coisas, etc.

Enfim, somos conduzidos e forjados tornando-nos, inevitavelmente, maduros. Ressalto: Quem se deixa conduzir, forjar. O mais relevante dessa relação de amadurecimento, é que Deus não permite que pulemos etapas. Cada degrau é fundamental para o crescimento genuíno e os erros são (não necessariamente) ferramentas didáticas – DIDATICALÓS, do grego: professor. Quando com o incorreto, estamos amadurecendo de fato, mas é inegável que os erros são perda de tempo.


Posso hoje nivelar-me àquele que nunca cometeu meus erros, mas não tive amnésia. O crescimento sem erros não nos deixa cicatrizes.


-- Eu nunca cometi erros como esse, mas sou prova viva de que é possível perseverar, vencer o erro antes dele formado, resistir.


Por causa de pessoas assim sou convicto que o incorreto não é inevitável, que o propósito de Deus é conduzir-nos à maturidade e que é incrível aprender acertando e subindo um degrau por vez.
Ressalto: Os erros não são parte da escada.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Motivações

De fato, quando nossa motivação é errada tudo acontece de forma semelhante. Nosso namoro não pode se basear em si próprio. Nossa motivação em prosperar não pode nos prender às coisas daqui e ganhar vidas não pode ser para encher igrejas. Precisamos pensar em casamento, numa vida estável para esperar com largueza a volta de Jesus, expandindo o reino com nossa profissão e ganhar vidas, porque não podemos deixá-las ir para o inferno.

Não sou orgulhoso em deixar de basear minha motivação nos outros, mas o episódio em que os discípulos dormem enquanto Jesus vai orar, em momentos que antecedem o cumprimento de seu propósito, traduz fielmente a ausência de cumplicidade e a necessidade de estarmos convictos em nós mesmos daquilo que precisamos fazer.

Jamais podemos desejar estar mais com nossas(os) namoradas(os) que com Deus. Separar tempo de qualidade para nossos amigos e falar com Deus antes do almoço e antes de dormir.
Quando Zaqueu sobe na árvore para ver Jesus passar, tenho certeza que já estava entregando áreas da sua vida para o mover do Espírito. Mas quando Zaqueu se deixa mexer na área financeira, coloca-se no centro da roda do oleiro e experimenta a plenitude da vontade de Deus.

E Deus nos chama para a plenitude.

Deixar-se moldar


Preciso ser diferente. Que monótono é ser como todos os outros ou seguir a diferença que querem que eu siga. Quando não estamos em Deus e nos sentimos diferentes dos outros, podemos de fato ser. Mas essa diferença é idealizada, previsível. A diferença na essência é inédita e Deus é capaz de conduzir-nos ao inédito.


Preciso ser moldado. A ciência comprova que tudo que é deixado à própria sorte tende à ruína. Em Jeremias 18, o profeta desce à olaria e vê um oleiro em pleno exercício. Ali vejo que é Deus que molda quem se deixa moldar. O que acontece na maioria das vezes, é que quando nos entregamos para sermos moldados não o fazemos em plenitude. O torno do oleiro tem uma roda e se o vaso não estiver em plenitude no centro da roda, suas rotações serão imprecisas e o trabalho do oleiro, ineficaz.

Preciso estar no centro da vontade de Deus: no centro da roda para ser moldado com eficácia. Se não sairmos da periferia da vontade de Deus, jamais experimentaremos a plenitude da vontade Dele pra nossas vidas.

Preciso me basear num caminhar individual, porque só eu e Deus sabemos a profundidade da minha necessidade e do seu propósito. Por mais que sejamos estimulados por nossos amigos (e é incrível que o sejamos), não podemos basear nossa vida espiritual (tampouco qualquer outra área da vida) neles, bem como as mudanças que precisam acontecer.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Elas duas

O Texto poético não é um texto qualquer. Um texto qualquer é simplista e demasiadamente direto se comparado àquela poesia que te lembra alguém. Essa é uma das intenções da poética: alguém . Demonstrar, descrever, lembrar ou fazer lembrar alguém.

O texto acadêmico, dissertativo, argumentativo, expositivo... têm claras finalidades. A poética também, mas tem sentido e duplo sentido, intenção primeira e segunda intenção. Finalidade e dualidade. Liberdade e compromisso. Ética? Nenhuma.

Prefiro as antiteticamentes paradoxais. Que falam do incrível contido no comum. Do eterno enquanto durar de Vinícius, e do tão certo que, decidido, hesito no entra e sai de um minuto de Drummond de Andrade . Contudo, a poesia precisa ser de fácil leitura mas de não tão fácil interpretação.

Como uma mulher. De fácil leitura, se descreve rapidamente. Mas de difícil interpretação, de primeira não dá pra sabê-la. Quando você pensa que leu-a toda, se dá conta que leu-a de fato, mas nada entendeu. Olhe de novo . Olhar não, ler. Vamos lá! Do começo.
E pra quê constância? A única constância que espero é que os versos se encaixem com a rima. Seja ela pobre, rica ou rara. De mesma classe gramatical, de classes diferentes ou de pré-tônicas ou pós-tônicas semelhantes.

Constância? Se garanta em conquistá-la todo o dia. E quando isso falhar, acredite na constância.
Vamos lá, do começo. O que será de um homem se não colocar sua poética e sua amada num pedestal? Nem que todos os retornos deste microfone estejam pra ele, ou melhor, a maioria dos retornos ao menos.

Ao fim, se importe em se importar-se com elas: Com a sua poética e a sua amada.
Eu me importo mais com a última.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Mais-Que-Perfeito

Ah, quem me dera ir-me
Contigo agora
Para um horizonte firme
(Comum, embora…)
Ah, quem me dera ir-me!

Ah, quem me dera amar-te
Sem mais ciúmes
De alguém em algum lugar
Que não presumes…
Ah, quem me dera amar-te!

Ah, quem me dera ver-te
Sempre a meu lado
Sem precisar dizer-te
Jamais: cuidado…
Ah, quem me dera ver-te!

Ah, quem me dera ter-te
Como um lugar
Plantado num chão verde
Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te…


Vinícius de Moraes